sexta-feira, 16 de julho de 2010

Na sociedade atual cada vez mais discutimos sobre a qualidade da educação, perpassando por vários temas, como a organização curricular, a qualificação do espaço, a formação dos profissionais da educação, entre outros, enfim integrando ensino e vida, integrando os sujeitos à pratica da autonomia de conhecimento.Neste texto pretendo apresentar a discussão da formação de educadores e educadoras na modalidade Educação a Distancia (EAD), e na qualificação deste profissional através das tecnologias.

Ao falar sobre formação inicial de educadoras e educadores, gostaria de citar a Conferencia Nacional de Educação(CONAE) que ocorreu neste ano de 2010 em Brasília e que apontou para uma Politica Nacional de Formação e Valorização de Profissionais em Educação no contexto do Eixo V, colocando que esta pode ser oferecida na modalidade de EAD ( pg 83) e que inclusive deve contar com a participação dos conselhos estaduais e municipais de educação, o que na minha opinião foi um avanço.

Vemos uma tendência de alguns especialistas da educação, que ao longo dos tempos vieram fazendo uma critica aos currículos dos cursos presenciais colocando de que se a formação presencial ainda não dá o suporte para o mercado de trabalho, que muito menos a formação a distancia o faria, mas ainda no documento final da CONAE, a direção é de que esta formação “deva ter por direção pedagógica a busca de uma formação de qualidade socialmente referenciada.” (pg 84), incluindo a formação direcionada ás novas tecnologias.

No contexto da formação de educadores, vejo nas professoras Nevado, Carvalho e Menezes (2005) uma tendência em buscar cada vez mais a qualificação do Ensino a Distancia, inclusive no que se refere a forma de como faze-lo, como quando apresentam as Arquiteturas Pedagógicas (AP) como suporte para qualificação deste “espaço”, colocando que propostas pedagógicas diferenciadas, surgem ao mesmo tempo que a expansão do ensino a distancia.

Como conceito das Arquiteturas pedagógicas, as autoras apresentam como

“uma combinação de estratégias,dinâmicas de grupo, softwares educacionais e ferramentas de apoio à cooperação,voltadas para o favorecimento da aprendizagem.” Nevado,Carvalho e Menezes in Menezes, Ferretti,Lindner e Lira, pg 2, 2006)


A experiência das Arquiteturas pedagógicas no PEAD, modificam a concepção do espaço de educar, onde somente a sala de aula era reconhecida, pois ao interagir com diversos objetos, os sujeitos da aprendizagem a constroem a partir de uma escolha da forma que melhor se dá para cada um e em espaços e tempos diversos.

Interação é a palavra que considero como centro para o desenvolvimento da aprendizagem, já que como é citado é o sujeito que ira determinar que direção tomar e criando uma determinação de tempo sua, alem de que as próprias autoras acima citadas salientam que é possível desenvolver as Arquiteturas Pedagógicas individualmente ou coletivamente, sendo que as duas formas se fazem necessárias.

Apresentando estratégias e formas de AP, temos como experiência a formulação e uso da Arquitetura de Construção Conceitual no Curso de Especialização “ Tutoria em EAD”, que foi direcionada para tutoras do Curso de Graduação - Licenciatura em Pedagogia (PEAD/FACED/UFRGS) e que na construção coletiva do conhecimento partiram de um determinado micromundo onde elaboraram conceitos amparados por uma rede de interações e com isto cada individuo revelou sua compreensão por determinados conceitos e identificando através do debate semelhanças e diferenças nas concepções utilizando recursos tecnológico como o PBWIKI, e para a interação entre os participantes o MSN, o Skype e o GoogleTalk.

Ainda falando sobre experiências, temos a Arquitetura - Compreensão Coletiva de Micromundos (Menezes, Ferretti,Lindner e Lira) que através de mundos virtuais e partindo de objetos materiais , verificaram os processos cognitivos em desenvolvimento e qual a extensão deles serem reproduzidos no formato digital, alem de criar um micromundo e a a arquitetura utilizando o método clinico que foi utilizada para a construção da aprendizagem do conceito de equilíbrio dos corpos extensos, onde cada sujeito criava suas possibilidades, e onde as ações do sujeito são registradas e podem ser analisadas posteriormente.

Podemos citar também como outros exemplos de arquiteturas como o estudo de caso, aprendizagem incidente, ação simulada e projetos de aprendizagem.
No próximo semestre estarei realizando meu estagio do PEAD da UFRGS e pretendo faze-lo na educação de jovens e adultos (EJA), isto me traz uma expectativa muito grande, inclusive por que muitas concepções e certezas que tenho hoje, vão ser experimentadas para ver se sustentam. Espero quebrar com muitas, espero aprender muito, experimentar muitas coisas, tanto porque sei que é assim que construímos o conhecimento, experimentando.
Sei que precisamos de criatividade, e buscar a EJA para estagiar, foi mais um desafio que me propus. Pretendo seguir o que colocam as professoras Menezes, Carvalho e Nevado, que as Arquiteteuras Pedagógicas pressupõem pedagogias aberta, capazes de acolher didáticas flexíveis, adaptáveis a diferentes enfoques temáticos.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Nenhum comentário: